terça-feira, 14 de junho de 2011

Pescador

Esse homem forte
De tez parda
Destemido navegante
Flutuando
A bordo da saudade

Esse valente canoeiro
Que assovia soturno
Na imensidão da noite
Varando
O breu-escuro da solidão
Com sua poronga à proa do casco.

Esse poeta
Estendendo seus sonhos
No varal do tempo
Cantando a sinfonia do mar
Nos beirateuas, mupéuas
E igarapés...

Esse embarcadiço da subsistência
Colhendo os frutos do mar
Sem depredar a natureza.

Esse remeiro
Das repontas d'água
Que vai acenando
No último estirão do rio.

Sacudindo de seu chapéu
Um respingo de vida
Quando reconhece
Que suas forças
Estão adernando
Rés à preamar da morte...

Elizel da Paixão 

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